Um novo lugar
Volta e meia, sonho com algum grande movimento.
Sair da cidade cheia de hostilidades. Sair do apartamento sem área de lazer para as crianças. Sair do país, das relações cansadas, das rotinas do momento.
No começo do Viver Mais Simples, minha intolerância ao desconfortável era excruciante. Fiz um verdadeiro expurgo, derrubei tudo que pude.
Agora, construí coisas novas. Um trabalho novo. Parcerias novas. Planos de voo.
Fico aqui perguntando para os meus peixes: É tempo de mudar fora? E tempo de mudar dentro?
Escolho começar por dentro.
Foco. Fazer mais do essencial. Tomar em minhas mãos cada novidade e, disciplinadamente, separar o que é urgente, o que é preciso, o que é delícia nutritiva.
Faxina geral: Desapego ao que não é usado. Seja livro, roupa ou ideia. Reduzir, reciclar, doar, avançar mais leve.
Ancorar minha disciplina: Tornar mais fácil o que é preciso, mas dá preguiça. Tomar emprestada a energia do marido para a caminhada matinal. Agendar a manicure em casa. Criar inércia para as rotinas necessárias, que a inércia também pode ser útil.
Experimentar ousadias: colocar-me em situações onde eu possa testar meus limites, como o Voe.
O pulso é assim: consolidar o novo construído, criar espaço para futuros movimentos.
Assim, permaneço com a casa, cidade e trabalho atuais. Reinvento do avesso, matando a fome com meu próprio dentro infinito.