“Hoje seguro uma tímida esperança nas mãos e a aconchego no peito.
Um passo de cada vez, vamos adiante.”
Tenho embalado sonhos.
Evitando nomear de crise estes tempos de revisão do antigo, em tantas frentes da minha vida e do meu país.
Ficando com meu medo, bem junto. E o medo tem sido grande, voz alta a gritar no meu peito. Mas perto, ficamos íntimos e íntimos criamos parceria.
Mantendo aceso o fogo da coragem, mesmo em meio à ventania e frio.
Para embalar tais sonhos, busco sinais em tudo ao me redor.
Pistas para manter teso o arco da esperança.
Tão sutis.
Escondem-se numa palavra, numa história, num sorriso, num acaso.
Aperto os olhos e abro o coração para vê-los.
Estão todos ali, brincando de pique-esconde.
Aperto meu passo e abro minhas asas para vê-los.
Misturam-se com a paisagem, embolam-se nos cantos da vida.
Aperto firme a agulha e abro espaço para lentidões.
Uma valsa, danço das tenras nuances deste caminho gestado por mim.
Tenra porque ainda jovem. São apenas seis anos de redescoberta.
Nuance porque é caminho aquarela, banhando em lágrimas e suavidades.
Aperto e abro as mãos, sinto o sangue pulsar forte nas veias.
É tempo de um novo tempo.