Originalmente, seria “o ano de atravessar”. Por que atravessar é necessário. O luto, o medo, a dificuldade em coisas várias.
Mas uma coisa levou a outra. Quando vi, estava mirando oito anos de Viver Mais Simples. E foi emocionante.
Tudo que realizei e aprendi. Tudo o que não se cumpriu e ainda assim não me derrubou. Os planos que se concretizaram. Os que viraram de cabeça para baixo.
Tudo serviu e foi muito lindo de ver. Já estive pior. Já estive melhor (dependendo do ângulo). Mas está tudo bem.
A vida cíclica e eu, fluindo nela. Olhando para trás, vejo o quanto naveguei, tantas vezes, ás cegas. Entre um tropeço e outro, floresci. Braços e pernas cansados de tanto nadar. Mas inteirinha, alma resplandecendo de peixes.
As coisas maiores vêm se cumprindo. A autonomia dos filhos. A gentileza com a família. Viver a minha verdade. Fazer um trabalho cheio de sentido.
Encontrei até um texto que era para ser fictício e nem está tão fictício assim.
Depois do mergulho no tempo, ficou mais claro: 2018 é o ano de reconhecer-me.
Compreender o novo corpo que se forma. Um corpo habitado pelo enorme vazio do pai que se foi. Semeado das rosas do amor que floriu vespertino. Cadenciado pelo pulso inédito de pausas profundas e mergulhos no ar que substitui com gentileza o bate-estaca capricorniano com rumomas sem medida.
Esta conversa é portanto sobre minhas vontades-frouxas. Vontade-frouxa é aquela estrela onde amarro meu arado. Folgada o suficiente para não virar freio. Uma estrela feita de água, para guiar o caminho do Viver Mais Simples.
As vontades andam mais frouxas do que nunca neste rio novo que corre dentro, onde não há tempo para tanta pressa. Mais urgente é reaprender-me. O que é mesmo meu e me sustenta? O que é nuvem passageira? E assim emerge esta nova Leticia, do fundo de ainda não sei onde. Mas fundo ancorado numa estrada bem firme e que leva a lugares que vale a pena ver.
Sem mais delongas, as Vontades-Frouxas de 2018:
Autonomia com Responsabilidade para os filhos
Um dia era o “paninho” ou o medo no escuro. Hoje os desafios são outros, mas ser mãe é principalmente manter a calma e encontrar momentos de partilhar. Um dever de casa, um filme, um jogo de cartas… Não precisa ser grandioso, só precisa ser juntos de verdade.
Trabalhar com sentido
Isso inclui fazer projetos interessantes com possibilidade real de transformação do outro. Buscar caminhos para formalizar a certificação que vai me permitir o sonho da Formação da Brené Brown… Aqui cabe um projeto ou dois voluntários como foi o CRIADD em 2017 e o Coletivo Baobá em 2012…
Viver do dinheiro “novo”
Já é tempo. Já experimentei tanto e agora escolhi o caminho principal: Organização de Ideias e Odisseia. Lá adiante, quem sabe o Voe em uma nova forma de ser asa.
A novidade é uma abertura para projetos menos autorais. Tenho gostado de ser suporte para gente que faz um trabalho bacana. Um objetivo é florescer na parceria com negócios como Swarms, Affero Lab e outras.
Também cabem aqui a divulgação (site novo, finalmente?) e explorar novas praças.
Caminhar no amor
Aqui, a vida a dois, o constante entendimento, o desafio de recomeçar e o viver o presente.
E também cuidar dos projetos individuais, os trabalhos em nova fase, as famílias.
Cuidar das raízes
Aqui, mais no sentido de cultivar o convívio com minha madrasta e irmãos. E aproveitar o tempo reconquistado junto a minha mãe e tias.
Como sempre, o autodesenvolvimento, o aprender, o autocuidado…
Este ano, na pauta: Formação na SBDG, Workshop dos Sonhos, Workshop “O Amor que Faz Bem” com Joan Garriga e o Workshop das Intenções no final do ano.
Além disso, a manutenção: Pilates, terapia(s), rotinas de mulher… Acupuntura, fisiatra, homeopatia
Finalmente, uma intenção frouxa de seguir nas “artes coralinas“: cozinhar, costurar, fazer arte em geral. Quem sabe ser mais assídua neste blog?
E ponto. Que vontades-frouxas não devem ser muitas nem apertar os sapatos…