World Domination Summit 2013 #Day 1 por Lucrécio Brasil
Em 2012 tinha ficado impressionado com a qualidade e profundidade dos temas, palestras e workshops. Era um evento grande, 900 pessoas. Essa foi a primeira surpresa. Em 2013, foram 3.000 pessoas. Imagina coordenar um evento que triplica de tamanho de um ano para outro?
Para esquentar, vamos quebrar um recorde mundial? Eles conseguiram! A maior corrente humana flutuante. Confesso que não me animei a entrar na água gelada. Mas foi muito legal ver as fotos da animação das pessoas participando. E quem não gostaria de ser o detentor de um record mundial? Acho que vou participar na próxima. Espero que não seja para quebrar o recorde de maior grupo humano mergulhando com tubarões.
O pontapé inicial foi uma festa no zoológico de Portland ao entardecer. Todo mundo chegando naqueles ônibus amarelos de escola tão típicos dos americanos. Começamos a entrar no clima. Muita gente e aquele clima legal de um evento que estimula você a conhecer novas pessoas, ou não (ele respeitam muito os introvertidos) 🙂
No dia seguinte, sábado, o evento começou com Chris Guillebeau lembrando dos valores que norteiam a atuação no WDS:
– Comunidade;
– Aventura;
– Serviço.
Chegou a hora da primeira palestra. Nancy Duarte, especialista em comunicação falou sobre um tema bastante atual, como contar histórias e incorporar estes conceitos nas comunicações das empresas. Ela mostrou que existe um padrão extremamente efetivo que consiste em mostrar como as coisas são e como elas poderiam ser, criando uma tensão que, na verdade, é um convite para imaginar esta situação de mudança (aventura). Este padrão vai se repetindo e finaliza com um convite a ação, para que seja possível chegar ao novo patamar proposto. Graficamente, fica mais ou menos assim:
A partir deste ponto, ela mostrou como este padrão pode ser identificado em vários discursos como os de Marti Luther King, Jesus e Evita. Impressionante. Este padrão também ajuda a audiência a conectar-se com a proposta. Sempre é importante lembrar que em uma apresentação, o herói não é o palestrante, mas o públicno. É ele que, chamado a ação, vai concretizar a mudança para a nova situação.
#1 Assuma a responsabilidade pelo seu futuro
#2 Procure pela inspiração (Look for Sparks!)
#3 Faça (Take Action!)
Para achar inspiração (#2):
– O quê energiza você?
– O quê energiza os outros?
– Fique sempre atento aos problemas (dificuldades);
– Preocupe-se em descobrir como você pode ser útil;
– Crie espaço para dedicar-se a observação.
Para começar a fazer (#3):
– Identifique um primeiro passo;
– Comece com pequenas coisas que te aproximem do seu sonho;
– Separe um tempo para criar e finalizar.
Para fechar a manhã, uma palestra com Bob Moore. Em um ambiente de bloggers, nerds, empreendedores digitais e afins, subiu no palco este senhor de mais de 80 anos, dono de um moinho (Bob’s Red Mill). Um processo que, segundo ele, ainda usa pedras do mesmo tipo desde o tempo dos romanos. Que surpresa! Uma aula impressionante sobre valores, sustentabilidade e permanência na condução de negócios.
Adepto das listas 🙂 aconselhou todos que pensam em empreender a dedicar tempo para se planejar em 3 níveis (estabelecendo metas):
– Grandes direcionamentos (Como ser bem-sucedido);
– Pessoais;
– Negócios.
E fez um alerta: suce
sso gera responsabilidade! Pensando assim, ele organizou sua estratégia para garantir o bem-estar e a permanência dos seus funcionários: salários adequados ao mercado, benefícios e participação nos lucros.
Parece que tudo estava organizado, planejado e indo bem. Mas, 20 anos atrás, um incêndio criminoso destruiu o moinho e todas as instalações. Com 60 anos, tudo começando de novo. Uma grande lição. Após o incêndio, ele aprendeu que em situações como estas o progresso, às vezes, se dá apenas por estar presente. Juntos, tudo foi construído novamente, maior e melhor.
Fechando, ele continua pensando nos temas que são importantes. Com 80 anos, é claro que ele pensa como será a continuidade do negócio quando não puderem mais contar com a presença dele. Então, no seu aniversário de 81 anos, quem ganhou o presente foram os funcionários: um programa de distribuição das ações da empresa. Agora, um negócio de todos.
Foi muito interessante. Os dois têm métodos diferentes para lidar com o medo. Leo utiliza de meditação e uma abordagem reflexiva para mudar a perspectiva com a qual encaramos o medo que, muitas vezes, nasce das nossas expectativas. Ele faz um convite para nos deixarmos impregnar pela certeza de que coisas incríveis podem acontecer. Roth segue uma abordagem mais de ação, de contato com o medo para vencer as incertezas. A ação vence o medo. Devemos começar pelas coisas mais simples e construir a partir delas. Sem esquecer de que é fácil fazer as coisas fáceis. Quem quer o extraordinário precisa se preparar para fazer as coisas difíceis. E dão alguns conselhos:
– Seja você mesmo;
– Faça o seu melhor;
– Faça o quê é certo (o quê você sabe que é certo);
– Esteja completamente presente (foco) no momento.Como o medo está ligado as expectativas, temos que reconhecer que alguns resultados serão imperfeitos. Isto faz parte deste processo que também é de autoconhecimento.
the secret of life.”)
Já que trabalhamos o medo, a próxima palestra falou de um dos medos mais comuns: o medo da rejeição. Quem falou foi Jia Jiang. Ele fez um projeto que ele chamou terapia da rejeição (todo documentado no blog 100 Days of Rejection Therapy. Ele queria se livrar do medo da rejeição pois, segundo ele, percebeu que por estar constantemente evitando a rejeição, ele acabava rejeitado por si mesmo.
Algumas das coisas que ele tentou:
– Ir em uma loja de doughnuts e pedir para fazerem um especial no formato do símbolo olímpico;
– Alimentar o leão em um zoológico;
– Comprar um quarto (1/4) de um camarão;
– Dormir em uma loja de colchões.
Bom, vocês pegaram a ideia. Tem muito mais no site…
O importante é que, por mais malucos que os pedidos sejam, alguns foram atendidos (mesmo nesta lista que eu fiz). O conselho dele foi: Pergunte! (Just ask!). Você pode se surpreender. A rejeição não impede que você aprenda com uma situação. Nunca tentar, sim.
– Realize atividades criativas (arte, fotografia, culinária etc.). A prática da criatividade abre novas oportunidades;
– Compartilhe as suas habilidades com outros. Viva sua criatividade no dia-a-dia da sua comunidade;
– Motive os outros a praticarem sua criatividade.
Aqui eu vou colocar uma dica minha para quem quiser exercitar um pouco a criatividade. Dê uma olhada no trabalho do artista Keri Smith. Ele tem vários livros legais sobre como exercitar nosso lado artístico. Eu recomendo How to Be an Explorer of the World.
“Atividades criativas
Esse foi o primeiro dia. Como diria Jia Jiang, pareceu magia misturada com kung fu. Intenso
.
Para relaxar, terminamos com um passeio de barco pelo rio Willamette que corta Portland.
Aguardem o próximo post com o segundo dia de evento.